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Como Garantir sua Segurança em Locais Abandonados ao Visitar

  • Foto do escritor: Michele Duarte Vieira
    Michele Duarte Vieira
  • 13 de jul.
  • 5 min de leitura
Um guia detalhado para exploradores urbanos conscientes

O fascínio pelo esquecido

Locais abandonados exercem uma atração magnética em fotógrafos, aventureiros e curiosos. Fábricas tomadas pelo mato, hospitais vazios, mansões em ruínas e vilarejos fantasmas contam histórias em silêncio. A atmosfera mística desses espaços desperta sensações únicas, misturando o medo do desconhecido com a vontade de descobrir vestígios do passado. No entanto, tão importante quanto a curiosidade é o cuidado com a própria segurança. Esses ambientes, embora visualmente impactantes, apresentam riscos reais, desde estruturas instáveis até possíveis encontros indesejados.


Quem deseja se aventurar por esse universo precisa de preparo, planejamento e respeito. O que vem a seguir é um guia completo para garantir sua proteção, sua segurança em locais abandonados e viver experiências autênticas sem comprometer sua integridade.

Lugares abandonados

1. Segurança em Locais Abandonados: Conheça o local antes de colocar os pés nele


Faça uma pesquisa detalhada

Antes de visitar qualquer espaço abandonado, estude sua história e localização. Saber se o local foi palco de atividades industriais, hospitalares ou militares pode antecipar possíveis perigos, como presença de produtos químicos, amianto ou armadilhas estruturais.

  • Utilize imagens de satélite para entender o acesso;

  • Leia relatos de outros exploradores urbanos;

  • Consulte mapas topográficos e documentos antigos;

  • Evite locais com histórico recente de incêndios ou colapsos.


Verifique a situação legal

Nem todo local abandonado é livre para visitação. Em muitos casos, a propriedade ainda pertence a alguém, e entrar sem permissão pode configurar invasão. O ideal é:

  • Verificar a titularidade da área nos registros públicos;

  • Pedir autorização quando possível;

  • Evitar locais com avisos de segurança ou monitoramento.


Ignorar essas etapas pode colocar sua segurança jurídica em risco e gerar situações de confronto.


2. Prepare-se como um explorador urbano profissional


Monte seu kit de segurança

A preparação física para explorar ambientes em ruínas começa por saber exatamente o que levar:

  • Lanterna tática com baterias extras: nunca dependa apenas da lanterna do celular;

  • Máscara PFF2 ou respirador: protegem contra poeira, mofo e amianto;

  • Luvas resistentes: fundamentais para evitar cortes ou contaminações ao tocar superfícies degradadas;

  • Botas de cano alto com solado antiderrapante: essenciais para lidar com terrenos irregulares ou molhados;

  • Capacete de proteção: especialmente útil em locais com telhados danificados;

  • Roupa de manga comprida e calça grossa: oferecem proteção contra arranhões, insetos e detritos.


Inclua equipamentos auxiliares

Além da segurança pessoal, pense na navegação e no registro da experiência:

  • Powerbank para o celular;

  • Fita isolante ou marcações para sinalizar o caminho de volta;

  • Câmera leve ou GoPro (caso deseje registrar);

  • Kit de primeiros socorros com antisséptico, curativos e tesoura;

  • Isqueiro ou fósforo à prova d’água, em casos extremos.


3. Nunca explore sozinho


Monte um grupo confiável

Explorar locais abandonados com uma ou duas pessoas de confiança é sempre mais seguro do que ir sozinho. Isso não só reduz os riscos físicos, como também fortalece a resposta em situações de emergência.

  • Estabeleça um sinal entre os membros para indicar perigo ou pausa;

  • Combine um ponto de encontro caso alguém se separe;

  • Certifique-se de que todos tenham seus celulares carregados e com localização ativada.


Avise alguém fora da expedição

Mesmo que vá acompanhado, informe um terceiro sobre o plano:

  • Envie a localização exata e o horário estimado de retorno;

  • Mantenha contato periódico, se possível;

  • Estabeleça um protocolo caso você não retorne no horário previsto.


Esse pequeno cuidado pode ser decisivo em caso de acidentes.


4. Domine a leitura do ambiente


Identifique os sinais de risco estrutural

Locais abandonados sofrem com infiltrações, colapsos e desgaste natural. Antes de entrar em qualquer cômodo, observe com atenção:

  • Pisos estufados ou afundando? Sinal de risco de desabamento;

  • Paredes com rachaduras extensas? Podem indicar comprometimento estrutural;

  • Tetos encharcados ou escorados improvisadamente? Evite completamente.


Se houver qualquer sinal de instabilidade, recue. Curiosidade não vale uma perna quebrada ou pior.


Evite áreas com visível contaminação

Muitos locais antigos ainda contêm materiais tóxicos. Fique longe de:

  • Salas com forte odor químico ou bolor intenso;

  • Tubulações vazando;

  • Recipientes industriais antigos ou produtos médicos deteriorados.


Se você estiver em um hospital ou laboratório abandonado, redobre o cuidado com seringas, frascos e objetos cortantes.


5. Cuide do ambiente e respeite a história


Não toque em tudo o que vê

Além do risco físico, manipular objetos em ruínas pode afetar a preservação do local. Lembre-se:

  • Muitos desses locais guardam memórias que vão além do visível;

  • Ao mover móveis, portas ou painéis, você pode provocar quedas ou reações em cadeia;

  • Não retire objetos. O respeito ao abandono também é um sinal de civilidade.


Evite deixar rastros

Explore com o mesmo cuidado de um visitante em um templo. Leve seu lixo, evite pichações e não altere a paisagem original.


A ética do explorador urbano envolve preservar para que outros também possam vivenciar a experiência.


6. Prepare-se para lidar com o inesperado


O que fazer se encontrar outras pessoas

Sim, locais abandonados são, às vezes, frequentados por moradores de rua, grupos de jovens ou mesmo atividades ilegais. Nessas situações:

  • Mantenha a calma;

  • Mostre-se respeitoso e explique sua presença, sem ser invasivo;

  • Não confronte. Caso sinta ameaça, retire-se discretamente.


Em caso de ferimentos ou emergências

Se você ou alguém do grupo se machucar:

  • Faça os primeiros socorros no local;

  • Acione o serviço de emergência (como o 192) com calma;

  • Mantenha a pessoa consciente e imóvel, se suspeitar de fratura;

  • Use o GPS do celular para informar sua localização exata.


Ter um kit completo e um plano de saída rápida pode salvar vidas.


7. Registre com responsabilidade


Fotografia e vídeo: saiba os limites

Registrar o abandono é uma forma de homenagear sua história. Porém:

  • Nunca coloque sua segurança em risco por uma foto ousada;

  • Não encoste câmeras ou drones em estruturas instáveis;

  • Evite publicar a localização exata em redes sociais, isso atrai vândalos e depredação.


Conte a história, mas proteja o que ainda resta dela.


8. Crie uma rede de exploradores conscientes


Converse com quem já conhece o terreno

Participar de fóruns ou grupos de exploradores urbanos pode te trazer:

  • Informações atualizadas sobre os locais;

  • Alertas de risco;

  • Indicações de visitas organizadas com guias locais.


Além disso, compartilhar experiências ajuda a fortalecer a cultura da exploração responsável.


Ajude a construir uma mentalidade segura

Quanto mais pessoas estiverem bem informadas, menor o risco de tragédias. Promova práticas conscientes e ensine quem está começando.


Entre o silêncio e o eco da história

Visitar locais abandonados é uma forma única de se reconectar com o tempo, com a memória e com o mistério. As estruturas em ruínas contam mais do que o abandono, elas revelam o que resta quando a presença humana parte. E, nesse espaço onde o tempo parece suspenso, é fundamental agir com reverência.


Cuidar da própria segurança é, ao mesmo tempo, um cuidado com o outro e com o ambiente. Cada gesto consciente reforça a possibilidade de mais pessoas sentirem, ouvirem e respeitarem o silêncio do que já foi. Prepare-se, respeite, observe, e acima de tudo: mantenha o encantamento vivo, mas os pés bem firmes no chão.

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